Uma troca de tiros na tarde desta quarta-feira (18) deixou duas pessoas mortas e uma ferida no fórum de São José dos Campos. Sérgio Marcondes dos Santos, de 50 anos, invadiu o fórum armado.
No saguão, atirou na ex-mulher e no advogado dela. O homem iria participar de uma audiência da Lei Maria da Penha. Depois de atirar nos dois, ele saiu do prédio.
Uma equipe da Força Tática da Polícia Militar que fazia a escolta de um preso trocou tiros com o rapaz, que morreu no local. O advogado, José Aparecido Ferraz Barbosa, chegou a ser levado para o Pronto Socorro da Vila Industrial, passou por uma cirurgia, mas não resistiu. Depois do tiroteio, o prédio foi interditado.
A ex-mulher foi atingida no braço e teve de ser internada. Policiais fizeram a perícia no local. A arma e as munições, usadas pelo atirador, de 50 anos, foram apreendidas. A questão que fica é a falta de segurança do fórum de São José dos Campos. O homem entrou armado, passou por dois detectores de metais, atirou em duas pessoas lá dentro num dos horários de maior movimento.
OAB critica segurança no fórum
O presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) SP, Marcos da Costa, divulgou uma nota criticando a falta de segurança do fórum de São José dos Campos e lamentando a morte do advogado.
A OAB ainda aponta a necessidade de mais policiamento e equipamentos de vigilância nos fóruns e exigindo medidas de proteção aos operadores do Direito e à população. Marcos da Costa designou o conselheiro seccional Arlei Rodrigues para acompanhar o inquérito.
De acordo com cadastro da OAB SP, José Aparecido Ferraz Barbosa era natural de Poços de Caldas (MG), graduou-se em Direito pela Faculdade Octávio Bastos de São João da Boa Vista, turma de 1976, e inscreveu-se como advogado em 1991, na Subsecção de São José dos Campos, onde militava na profissão.
Veja a íntegra da nota
A Advocacia de São Paulo está indignada com a morte do advogado José Aparecido Ferraz Barbosa, aos 62 anos, baleado dentro do Fórum de São José dos Campos, quando acompanhava uma cliente que iria depor contra o ex-marido, autor dos disparos que também atingiram outras pessoas.
Ao exercer sua atividade, o advogado contraria interesses, mas não se pode tolerar que, no exercício profissional, seja exposto a esse nível de insegurança dentro de um próprio do Judiciário, onde foi franqueada a entrada de indivíduo armado e que colocou em latente risco todos os que circulavam no prédio.
A OAB SP exige do Judiciário Bandeirante– incumbido da missão da distribuição jurisdicional– medidas de segurança efetivas que coíbam esse tipo de violência contra advogados, demais operadores do Direito e jurisdicionado. Para tanto, a OAB reclama dos Poderes Executivo e Legislativo a previsão orçamentária indispensável para propiciar segurança aos prédios forenses.
Certamente, as grandes tragédias também nos despertam para a busca de soluções. Assim sendo, entendemos que a segurança nos fóruns do Estado deve ser balizada de forma preventiva, reunindo força policial ostensiva em número suficiente e novos equipamentos de segurança.
Lamentamos profundamente a perda da vida valiosa de um colega e esperamos que, no interesse público, toda a família forense atue de forma convergente no sentido de prevenir crimes dessa natureza, que afrontam a dignidade humana e o sentido de justiça.
São Paulo, 18 de julho de 2012.
Fonte: .vnews.com.br
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