segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Franquias de marido de aluguel, estilo 'Pereirão', crescem junto com construção civil

Lília Cabral é 'Pereirão' em "Fina Estampa"; franquias de serviços de manutenção crescem


Macacão desengonçado e ferramentas em punho, lá vai Pereirão para mais um dia de trabalho duro. O sucesso da personagem de Lília Cabral na novela “Fina Estampa” aponta uma tendência no mercado de franchising. Antes prestado, na maioria das vezes, por profissionais autônomos, os serviços de manutenção em imóveis residenciais ou comerciais ganham CNPJ.

Franquias ao estilo marido de aluguel, de reparos, manutenção e pequenas reformas, pipocam, desde 2008, alavancadas pelo forte aquecimento da construção civil. E agora já representam um setor de de microfranquia em ascensão.


Só nos últimos três anos, quatro redes franqueadoras se desenvolveram no país e foram inauguradas cerca de 600 lojas. O diretor comercial da Super Marido, Eugênio Prado, analisa o bom momento do setor. “A novela [Fina Estampa] ajudou a chamar atenção, mas é uma questão cultural. Estão em ascensão todos os negócios planejados para tornar a vida das pessoas, principalmente nas médias e grandes cidades, mais prática e melhor, por um preço que elas prefiram pagar a fazer com as próprias mãos”, afirma.

Questionado se o segmento não seria mais um negócio da moda e se já existem sinais de saturação, o diretor de Microfranquias da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Artur Hipólito, afirma haver ainda muito espaço para crescer.

Segundo Hipólito, também presidente do Zaiom, grupo de redes franqueadoras que oferece em seu portfólio uma das empresas do ramo, a Doutor Faz Tudo, o mercado hoje tem capacidade para absorver ao menos mais 2,5 mil unidades franqueadas. “O boom da construção civil vai perdurar e esse segmento é, diretamente, beneficiado.”
O investimento total para se abrir as portas nesse nicho, em geral, não ultrapassa R$ 50 mil, e o faturamento médio mensal não excede R$ 30 mil. Esses limites enquadram os novos negócios na categoria de microfranquias, também uma aposta para este e os anos seguintes, de acordo com o diretor da ABF.

Funcionário da PQM (Pra Que Marido);
franquias exigem trabalhadores treinados para o serviço
 
Para Hipólito, engana-se quem pensa que o franqueado deve ser engenheiro, arquiteto, pedreiro. “O mais importante não é a formação e sim a habilidade. O perfil ideal é o de quem já fazia a manutenção da própria casa, principalmente, por gostar desse tipo de trabalho”, diz.


Encontrar mão de obra qualificada é principal desafio para franqueados

Conforme franqueados e franqueadores, a maior desvantagem do negócio é a falta de mão de obra qualificada disponível no mercado. O problema é indicador de aquecimento da atividade. Entretanto, exige do franqueado a contratação direta de sua equipe. “As parcerias são importantes para demandas menos frequentes. No entanto, ter funcionários treinados, capazes de oferecer qualidade e atendimento – que, associados à garantia, compõem os diferenciais da franquia em relação ao autônomo – é fundamental”, diz Hipólito.

Entre as quatro redes brasileiras desse nicho, a Super Marido é a única que oferece treinamento para o franqueado capacitar, tecnicamente, sua equipe e reciclagens constantes nessa área. As demais também têm capacitações, mas voltadas para atendimento e relacionamento com o cliente.

Seguindo a tendência, a rede se prepara para lançar, até o fim do primeiro semestre, a Super Esposa, com a versão feminina do portfólio de serviços – de limpeza pesada da cozinha, treinamento de babás e empregadas domésticas a organização da casa, de mudanças e de eventos, como pequenos jantares.


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