Após encerrar três modelos --Corsa, Zafira e Meriva--, a General Motors (GM) começou a reduzir drasticamente a produção do sedã Classic na fábrica de São José dos Campos, informou nesta quinta-feira (2) o sindicato local. A montadora não comenta a informação.
Segundo os sindicalistas, a produção do Classic vai cair de 375 para 80 veículos por dia a partir de amanhã.
Após protestos dos trabalhadores, a GM deu licença remunerada aos funcionários e a fábrica está fechada nesta quinta-feira.
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Segundo os sindicalistas, o plano da montadora é acabar definitivamente com a produção do Classic, único modelo que continua sendo fabricado no setor conhecido como MVA (montagem de veículos automotores). Com isso, diz o sindicato, a empresa passaria a importar da Argentina seis mil unidades do modelo por mês.
Em nota, o sindicato informa que a GM também já esvaziou completamente o segundo turno de outras duas linhas --injetora e funilaria-- no complexo.
"O esvaziamento das linhas confirma as denúncias do sindicato, de que a empresa vai desativar por completo o setor MVA e demitir até 2.000 trabalhadores a qualquer momento", diz o texto.
Representantes da GM e do sindicato voltam a se reunir no próximo sábado para discutir a situação da fábrica no Vale do Paraíba.
Os sindicalistas têm reunião marcada para a noite desta quinta com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes.
O sindicato dos metalúrgicos também enviou hoje uma carta à presidente Dilma Rousseff, na qual pede uma intervenção do governo federal no caso.
Os sindicalistas solicitam uma audiência com a presidente, no sentido de apresentar propostas para evitar o fechamento de uma linha de montagem de carros --o que, segundo o sindicato, colocaria em risco 2.000 empregos na fábrica.
Além disso, o texto faz duras críticas às declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a geração de empregos pela GM no Brasil.
Segundo o sindicato, essas declarações, dadas após encontro de Mantega com a direção da empresa, foram "desastradas e desastrosas".
"Desastradas, porque as declarações se baseiam em informações falsas. Não é verdade que a GM contratou mais do que demitiu desde que está recebendo incentivos fiscais do governo", afirma a carta destinada à presidente, acrescentando que a montadora eliminou mais de mil postos de trabalho.
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