Eles são advogados, arquitetos, agrônomos, engenheiros e designers. Não trabalham na mesma empresa, mas todos possuem uma característica em comum: compartilham o mesmo escritório. São, na maioria, profissionais autônomos, freelancers e pequenos empreendedores que atuam lado a lado num espaço coletivo. Esse é o conceito do coworking - escritórios compartilhados que oferecem serviços para profissionais que não têm ou não fazem questão de ter um lugar próprio para executar os seus trabalhos.
Coletivo e descolado
Com dois escritórios compartilhados funcionando em São Paulo - um em Pinheiros e outro nos Jardins - o Pto de Contato conta com 70 clientes ativos por mês nas duas unidades. Segundo Fernanda Trugilho, sócia-fundadora do escritório, cerca de 95% das pessoas que procuram o coworking tem ideias pra montar um projeto. Geralmente são pessoas sozinhas ou equipes muito pequenas que estão começando um negócio.
“Tem gente que vem com a empresa começada, tem gente que só tem uma ideia na cabeça e quer vir aqui exatamente pra fazer networking para testar essa ideia e conversar com outras pessoas. Existem também empresas já estruturadas, compostas por cinco ou seis pessoas que procuram esse tipo de serviço justamente pra captar parceiros e clientes”, explica Fernanda.
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O escritório oferece mesa com cadeira, internet banda larga, impressão, fax, scanner e sala de reunião, além de outros serviços que podem ser agregados dependendo da necessidade do profissional: ramal telefônico, secretária, motoboy. Basta levar o notebook para começar a trabalhar. Existem profissionais que preferem levar o seu próprio equipamento desktop para o escritório compartilhado. “Você chega e está tudo pronto. É plug and play”, diz a fundadora.
O Pto de Contato prefere não trabalhar com nichos, pois acredita que o networking funciona melhor quando existe a diversidade e é muito mais fácil encontrar alguém que complemente o seu serviço. Se você está montando uma empresa e não entende nada da parte jurídica, existe a possibilidade de ter advogado trabalhando ao seu lado e que poderá cuidar disso.
“O escritório coletivo é uma forma de reduzir custos porque eu gasto dinheiro só com as pessoas que estão alocadas dentro do meu projeto”, explica Ricardo Corrêa Carneiro, profissional que atua na área marketing digital.
Empreendedorismo social coletivo
O Hub é um escritório de coworking onde todos os associados trabalham com diferentes propostas e uma única missão: formar um mundo melhor. A iniciativa surgiu em 2005, na Inglaterra, quando um grupo de empreendedores sociais sentiu a necessidade de criar uma estrutura com custos reduzidos para trabalhar e tocar os seus negócios. Assim, criaram um escritório compartilhado.
“Hoje no Hub temos 200 associados, todos empreendedores, na fase inicial de seus negócios que formam uma rede social de pessoas preocupadas com a sustentabilidade, educação, saúde e outras questões importantes para se construir um mundo melhor”, explica a diretora de operações, Barbara Stutz.
No Brasil, o Hub existe desde 2008 e reúne profissionais de áreas como arquitetura sustentável, energias renováveis, TI e comunicação, todos com propostas alinhadas, utilizando o mesmo espaço colaborativo. "Eles frequentam o Hub porque aqui você tem seu endereço comercial, seu escritório onde pode trabalhar, receber os clientes e fazer uma reunião a um custo baixo", diz Barbara.
Para o francês Alexandre Bretzner que trabalha para uma consultoria de energias renováveis, o Hub é um lugar tranquilo que tem o clima perfeito para trabalhar. "Aqui posso conversar e fazer contatos com pessoas que têm o mesmo foco. Se eu estivesse em casa, não teria motivação para executar meu trabalho. Rola uma sinergia legal”, diz Alexandre.
A diretora de operações explica que as pessoas que querem se associar são entrevistadas para que ela possa entender o que fazem e se estão alinhadas ou não com a missão do Hub. "Queremos ser reconhecidos como um espaço onde trabalham empreendedores sociais. O que a gente atrai pro Hub são pessoas que têm uma causa", diz Barbara.
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