Ricardo Bento, da Ice by Nice, inovou com a "feijoada" de sorvete para vencer dificuldade inicial
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A ideia de abrir a sorveteria veio de um conselho do pai. À época, Bento estudava química industrial e já tinha um pequeno comércio de roupas, ao lado de casa. Mesmo com experiência no varejo, decidiu fazer cursos técnicos em alimentação, antes de abrir mais uma portinha.Hoje, o empresário Ricardo Bento comercializa sorvetes. Até meados de 2013, pretende vender franquias. Seu lema: “se quer ganhar dinheiro, faça alguém ganhar também”. Para ele, mesmo tendo conquistado o know-how para fazer da Ice by Nice uma marca de sucesso, tornar-se um franqueador implica em uma mudança no negócio tão profunda quanto começar do zero.
Desde 1989, quando inaugurou a matriz, em Jaboticabal, a 342 quilômetros da capital paulista, o pequeno empresário está atento a inovações. Para driblar a localização ruim, ele tomou gosto pelo novo. “Assim surgiram a feijoada de sorvete e as taças gigantes. Para uma feira de plantas medicinais, criei o sabor de mate e fiz uma degustação que foi o maior sucesso”.
Dois anos depois, ele fechava a loja de roupas para focar na Ice by Nice. “As pessoas começaram a me procurar, porque queriam abrir algo parecido”. Em vez de se lançar de cara no franchising, Bento preferiu licenciar a marca.
Com um empréstimo no banco, aumentou a capacidade produtiva e não cobra pela transferência do know-how de gerenciamento. “No entanto, o contrato prevê a exclusividade de compra dos meus produtos”.
Esse modelo, empregado nas 14 lojas espalhadas pelo interior de São Paulo e, na capital paulista, em Moema, serviu como experiência para o processo de formatação do franqueamento. Em março, mais uma unidade será inaugurada em Uberlândia (MG).
Ao comparar a abertura de franquias a outras formas de distribuir seus produtos – como o licenciamento ou a colocação de freezers em pontos de venda – Bento faz questão de pontuar as dificuldades. “O franchising é um caminho árduo, exige uma atenção muito maior, estrutura de marketing e uma padronização detalhada de todos os processos da empresa”.
Antes de franquear, sorveteria Ice by Nice contratou agência para repaginar identidade visual da loja
Assessorias ajudam a profissionalizar processo
E foi com o lucro das vendas para as lojas licenciadas que o empresário pôs a mão na massa. Contratou assessoria jurídica, uma agência para repaginar a identidade visual e investe no desenvolvimento de produtos, como os picolés com banho de castanhas e as tortas de sorvete.
No momento, está em curso a produção de todos os manuais – administrativo financeiro, de uso da marca, de treinamento – também com ajuda de consultoria especializada. “Ter todos esses gastos previstos, na ponta do lápis, é também fundamental”.
Para quem pensa em se tornar um franqueador, Bento aconselha se aproximar de instituições como ABF (Associação Brasileira de Franchising), Sebrae, escolas de negócios, ir a feiras e eventos do setor.
“O empreendedor deve ir às franquias que vão ser suas concorrentes. Provar os produtos, informar-se sobre o processo de abertura de uma loja nesses sistemas, conversar com os franqueados, saber deles quais os problemas e pensar o que ele pode fazer melhor."
Ao encarar a empreitada de se tornar um franqueador, o empresário pretende associar ao seu ponto forte – a produção de sorvetes especiais – um atendimento de excelente qualidade, marketing diferenciado e, ainda, supervisionar a operação de todas as novas lojas. “A visão tem de ser outra. Tanto que vamos separar a fábrica do negócio e todas as franqueadas vão comprar os produtos da unidade produtiva."
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