Os moradores desalojados da região de Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), que estavam temporariamente abrigados em uma igreja, aceitaram a oferta de ir para abrigos da prefeitura nesta quarta-feira (25). Após a reintegração de posse realizada pela polícia no último domingo (22), cerca de mil pessoas estavam em uma igreja do Campo dos Alemães, uma comunidade vizinha ao Pinheirinho, segundo contagem a liderança dos moradores.
Desconfiados dos abrigos oferecidos pela prefeitura, os moradores preferiram ficar na igreja, mas não estavam recebendo qualquer assistência do governo municipal e viviam de doações. Com isso, uma assembleia realizada ontem pela liderança do movimento, decidiu pela mudança.
Os desabrigados devem ficar agora no ginásio poliesportivo Benedito Bento, um dos abrigos oficiais da prefeitura, que fica a 4 km da igreja.
Em entrevista coletiva hoje, o advogado do movimento, Antonio Donizeta Ferreira, disse que o “movimento continuará brigando para obter a área” e que a desapropriação pode ser feita por qualquer um dos três entes federativos. “O governo federal, estadual e municipal podem fazer, é só declarar que a área é de interesse social. É uma questão de vontade política”, afirmou Ferreira.
Questionado se havia possibilidade de uma nova ocupação no Pinheirinho, o advogado desconversou. “O que leva à ocupação não são as lideranças, mas a necessidade de moradia pela população pobre. Eu não posso dizer que não haverá nova ocupação.”
LEIA MAIS
Durante a manhã de hoje, lideranças dos moradores afirmaram que cerca de 30 famílias desalojados teriam tentado invadir uma área conhecida como Rio Comprido, na beira da rodovia Presidente Dutra. A informação, porém, foi desmentida pela polícia, que disse se tratar apenas de um boato.
Processo
Mais cedo, o representante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (Condep), Renato Simões, informou que foi aberto um processo para apurar as denúncias de abusos cometidos contra os moradores do bairro durante a ação policial. O órgão investiga as suspeitas de violações cometidas por parte de integrantes dos governos estadual e municipal.
O coronel da Polícia Militar Manoel Messias Mello, que comandou a operação de reintegração, diz não ter presenciado ou ter recebido informações de casos de violência e abuso. “Usamos armas não letais. Fizemos o necessário para conter a pressão”, afirmou. O policial disse que foi empregado elevado número de PMS na ação (2.000) para diminuir a possibilidade de confronto. “Quando se põe muita gente é para desestimular um confronto forte. É uma medida preventiva. Sabemos que isso foi perfeitamente favorável.”
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu dar bolsa-aluguel para 960 famílias do Pinheirinho cadastradas pela Prefeitura de São José depois da reintegração. Segundo o advogado, o movimento exigirá que sejam pagas 1.500 bolsas para atender famílias que não se cadastraram.
by:http://noticias.uol.com.br
by:http://noticias.uol.com.br

Nenhum comentário:
Postar um comentário